Iniciando as apresentações do período da tarde a Professora Dra. Luzia Sígoli Fernandes Costa expôs os desafios e objetivos do trabalho “Atributos e requisitos de inventário patrimonial no contexto das Fazendas Históricas Paulistas”, frisando a importância da preservação dessas fontes de informação. O intuito de se estudar e preservar estes objetos não é para expô-los num museu e sim reconhecer seu valor cultural e histórico. Cabe ao proprietário destes objetos decidir o que fazer com ele, os pesquisadores não podem interferir nesta decisão , somente podem auxiliar e mostrar que o objeto é um patrimônio e “testemunha” da história. O Glossário controlado de termos e preceitos técnicos podem ser utilizados pelos fazendeiros para analisar e identificar os objetos com valor cultural e histórico presente em suas propriedades.
No entanto para isso é necessário o interesse por parte do proprietário em fazer inventário para conhecer e proteger seu patrimônio. Outra questão enfatizada foi sobre o acesso a informação sobre esses materiais, devido fatores de segurança, a divulgação desses objetos é ampla, pois a exposição desses bens podem pôr em o risco a integridade das propriedades e dos proprietários. A palestrante discutiu ainda o trabalho realizado por meio do inventário e o local de registro das fontes, visando como objetivo interligar a identidade histórica do local.
Outros pontos importantes foram abordados na palestra, entre os quais destacam-se: criação de banco de dados com o acervo da fazenda, o processo de restauração, preservação das fontes (principalmente documentais), registro de fontes e disponibilização das informações por meio do inventário, desenvolvimento de ferramentas capazes de armazenar o patrimônio, descrição física dos objetos, padrão de descrição de informações (PDI), entre outros.
Na sequência das atividades, ocorreu a palestra “Glossário ilustrado do patrimônio móvel rural” proferida pela Rosaelena Scarpeline, na qual tinha como objetivo montar um glossário ilustrado de móveis das fazendas no intuito de contribuir para que cada proprietário fizesse o seu inventário da maneira mais clara possível. A palestrante apresentou e discutiu as fichas de cada tipo de objeto a fim de abranger os conteúdos das fazendas do Estado de São Paulo, enfatizando a importância de primeiramente identificar a tipologia e gerar categorias, separar unicidades e raridades e depois dividir as tipologias em grupos visando a validação dos termos e, por fim, ressaltou o aprofundamento no estudo do vocabulário e a determinação da hierarquia.
Em seguida, foi realizada a palestra “Patrimônio, fazendas e organização do conhecimento: da representação da informação ao acesso e uso dos saberes rurais” realizada pela mestranda Mayara Bernardino. Nesse momento, a palestrante abordou a organização do acervo patrimonial do Estado de SP e discutiu alguns pontos relevantes, entre os quais destacam-se: coleta de conceitos/termos junto aos especialistas, categorização de termos com auxilio das categorias de Ranganathan e a utilização de tesauro já desenvolvido. A palestrante enfatizou a importância da avaliação da terminologia, bem como a elaboração da política de manutenção da linguagem.
O I Ciclo de seminários teve o encerramento com a palestra “Fotografias em relação ao Patrimônio Rural de São Carlos” feita pela Letícia Reis da Silveira, na qual discutiu a sobre análise da disseminação e as práticas de imagens na web.
Por: Fernanda Parolo, Nayara Ramos e Vanessa Dionello.