No dia 12 de maio de 2014, no período da manhã, na Fazenda Histórica Santa Maria do Monjolinho, em São Carlos, SP, iniciou-se o I Seminário Internacional de Organização do Conhecimento e Saberes Rurais, o qual está inserido no âmbito do projeto “Critérios e Metodologias para Realização do Inventário sobre o Patrimônio Cultural Paulista”, financiado pela Fundação de Ampara à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e contando com o patrocínio das seguintes instituições: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O primeiro dia do evento contou com o credenciamento e entrega dos kits aos participantes; palestras; e visita monitorada à fazenda.
Após o café da manhã oferecido pela fazenda, a Dra. Silvia Maria do Espírito Santo, da Comissão Organizadora do evento, realizou a abertura da palestra e convidou a Profa. Dra. Luzia Sigoli Fernandes Costa para uma fala ao qual contextualizou o projeto e os dez anos de trabalhos realizados nas fazendas históricas de diferentes municípios do interior de São Paulo.
Em seguida, a Profa. Dra. Nair Kobashi da Escola de Comunicação e Artes da USP, ministrou a palestra denominada “Organização da Informação, Memória e Patrimônio”, que introduziu o assunto de organização da informação e definiu que esta área é uma atividade que contém um conjunto de teorias e metodologias que visam a difundir a informação por meio de sua organização e disposição. Adentrou em uma contextualização histórica concernente aos séculos XVIII e XIX, tratando, mais especificamente, da difusão do conhecimento nesses séculos. Com o advento do Iluminismo, paulatinamente a valorização do conhecimento se estabeleceu e, no final da primeira metade do século XX, a valorização do conhecimento científico e tecnológico se consolidou; sendo necessária a criação de políticas de informação propostas por órgãos internacionais. De modo que a seleção da informação se tornou instrumento importante para viabilização da difusão da informação e da garantia de acesso a ela. A área da Ciência da Informação, criada por Vannevar Bush, trata a memória como: memória individual, memória coletiva, memória institucional e memória de longo prazo; ao passo que a gestão da informação trata da passagem da memória pessoal (implícita/tácita) para a memória socializada.
Na sequência, a Profa. Dra. Maria da Graça de Melo Simões, da Universidade de Coimbra, deu início a sua palestra intitulada “Estruturas de organização do conhecimento na preservação do patrimônio – Cultura do Café”, cujo enfoque foi a metodologia usada na construção do vocabulário controlado da cultura do café, a qual determinou-se que o tesauro foi a melhor maneira de representar tal vocabulário. O objetivo maior de seu trabalho se deu em organizar os termos específicos de forma controlada e normalizada, através de um levantamento de termos relacionados com a cultura do café, extraídos de documentos das fazendas do oeste paulista trabalhadas no projeto.
Após a segunda palestra, foi composta uma mesa com as palestrantes aberta a perguntas e discussões onde, principalmente, se questionou o uso de dicionários pela Profa. Graça Simões para montagem do vocabulário, além das diferenças entre os termos usados no Brasil e os termos usados em Portugal e a dificuldade para representação de termos que não existem para determinar um objeto, onde às vezes é necessário usar de uma frase para representar um termo, como exposto pela Profa. Nair Kobashi.
Por: Vanessa Dionello, Nayara Ramos, Fernanda Parolo, e Priscila da Silva.